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- Por Fernando Pires
Faz hoje 2 anos, foi em 27 de maio de 2014, que assisti à maior sacanice política de sempre, e foi protagonizada por António Costa.
Recordando...
Costa não teve coragem para assumir as dificuldades que se esperavam depois da estrondosa derrota eleitoral sofrida pelo PS em 5 de junho de 2011, em consequência do seu governo estar completamente desacreditado, internamente e nos mercados internacionais, não conseguindo empréstimos a juros compatíveis com as possibilidades do país.
Por tal motivo, não restou a Portugal outro remédio senão recorrer a uma ajuda externa de emergência para fazer face às suas necessidades financeiras imediatas.
A ajuda obtida, teve, como era de esperar, e porque assim foi acordado com os credores, consequências devastadores na economia e, consequentemente, nas famílias.
Ultrapassar estes complicados momentos não estava ao alcance de um político qualquer, e muito menos de um político calculista e oportunista, como, aliás, são, em minha opinião, a maioria deles.
Perante a amplitude de tais dificuldades, Costa, porque terá entendido não ser ele a pessoa mais capaz de as ultrapassar e, essencialmente, por calculismo político, esperou que outros mais competentes e corajosos (como foi o caso de António José Seguro e Francisco Assis) se candidatassem à liderança do partido, e que o vencedor percorresse por ele o caminho das pedras que o PS e o país tinham obrigatoriamente de percorrer.
Coube a António José Seguro o "sacrifico" de percorrer esse difícil caminho, e que, estrategicamente, costáticos e socráticos se encarregaram de o dificultar o mais possível.
Depois dos portugueses terem passado por enorme sofrimento, e da troika deixar o país, Costa viu, finalmente, ter chegado o seu momento de afirmação política, tal como havia perspetivado quando se resguardou das dificuldades, e promover um golpe de partido para derrubar o legítimo Líder do partido, António José Seguro, não obstante, dois dias antes, em 25 de maio de 2014, o PS ter vencido as eleições europeias.
Curiosamente, ou não, depois disso o PS só tem somado derrotas eleitorais.
Este tipo de políticos não são, nem serão nunca, dignos do meu respeito!
E não o serão mesmo que, ocasionalmente, fossem portadores de poderes sobrenaturais que produzissem milagres em série na economia e na política nacional.
Costa pode fazer com que as vacas voem, com a mesma capacidade com que Cavaco as viu sorrir, porque vê-lo-ei sempre como um político oportunista que não teve a coragem de assumir o posto que muitos, eu incluído, esperavam e desejavam que ele assumisse em 2011, quando foi preciso enfrentar com grande galhardia um dos períodos mais difíceis do PS e do país.
Assim continuarei a pensar nem que as vacas tussam.
Em sentido oposto, António José Seguro terá sempre o meu respeito e admiração, não só pela coragem que demonstrou possuir enquanto líder do PS, mas também pela postura de grande dignidade política que assumiu desde que o deixou de ser.
Seguro, provou à evidência que os políticos, de facto, não são todos iguais.
Mas, também, demonstrou que não precisava da política para viver, ao contrário de outros que não sabem fazer mais nada.
Infelizmente, políticos com a estatura de António José Seguro são escassos, e é por isso que os políticos, de um modo geral, são olhados de soslaio pela maioria dos portugueses, porque dali, muito, muito raramente vem coisa boa, mas, mais tarde, acabam por verificar que boa mesmo era apenas a aparência!
As aparências iludem, mas ainda há quem se iluda!
Na semana passada, após a reunião inter-partidária entre o PS e o PCP, a Direita da Politica Portuguesa (constituída pelos partidos politicos do CDS/PP e do PPD/PSD) daria inicio a um período de enorme "depressão política", tendo mesmo chegado ao "ESTADO DE CHOQUE" (entenda-se politico).
Hoje, após a reunião inter-partidária entre o PS e o BE, os acontecimentos politicos subsequentes "pronunciam o desaparecimento" (temporário) do espaço político do Centro da Política Portuguesa.
Era neste "espaço político" (entenda-se o Centro da Politica Portuguesa) que, os agentes politicos do denominado "arco da governação", constituído pelo CDS/PP, PPD/PSD e pelo PS, iam desenvolvendo os seus "promíscuos" interesses partidários, bem como outros interesses.
Tanto é assim, que não seria "por um acaso" (político) que,
No dia de ontem (domingo, dia 11 de Outubro de 2015), Carlos Silva, na qualidade de Secretário Geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), em entrevista à Antena 1 e ao Diário Económico, e de uma forma "clara e veemente" não queria o PS fizesse um acordo à esquerda.
Ora, desta vez,
e tendo em consideração a "catadupa" de acontecimentos políticos já ocorridos e ainda a ocorrer, em consequência do último acto eleitoral para as Eleições Legislativas, ocorrido no passado dia 04 de Outubro de 2015, sinto que
o meu "VOTO CONSCIENTE" ... contou mesmo.
Independentemente, da SOLUÇÃO GOVERNATIVA que venha a verificar-se.
Um cabeça de lista de candidatos a deputados, pode ser uma pessoa muito credível e bem reputada, mas isso, por si só, não atribui credibilidade a todos os nomes que nela constam.
Mais que a embalagem, é todo o conteúdo da lista que devemos ter em conta.
Para além de olharmos para o nome sonante que encabeça uma lista, e que é merecedor do nosso respeito, devíamos ter o cuidado de olhar todos os outros que se lhe seguem, e avaliar o seu valor, e como tem sido a sua vida profissional e política, que tenha justificado a sua escolha para deputado.
Há gente que está instalada na Assembleia da República há muitos anos.
Ora, quando o cargo de deputado é assumido como se se tratasse de uma profissão, é a política que sofre as consequências negativas de tal permanência, até pelos vícios que facilmente adquirem, como se não soubessem fazer mais nada na vida.
Três mandatos seguidos são mais que suficientes, e isto, note-se, já significa andarem por lá durante 12 anos. Chega e sobra!
Portugal tem, felizmente, quadros altamente qualificados sem que vislumbrem uma oportunidade para mostrarem o seu real valor.
No entanto, olham e lastimam a figura ridícula que muitos fazem nos corredores do poder. Esses, estão lá pela mão de amigalhaços, quantas vezes como contrapartida de favores políticos, e eleitos como cidadãos anónimos sob a bandeira de um partido. Ninguém sabe quem eles são, porque os eleitores votam no partido e não no candidato que o devem representar.
A eventual chamada a um segundo mandato, devia ter sempre em conta o mérito do trabalho desenvolvido como deputado no mandato anterior.
E, por muito bom nome que ele tivesse na praça, se o exercício da função tivesse ficado aquém do valor que o país lhe pagou por isso, devia, como bem diz o povo, ir pregar para outra freguesia.
Mas é à sociedade a quem compete estar atenta, e não pactuar com a triste realidade em que vivemos.
Era assim que devia ser, mas a sociedade é naturalmente preguiçosa e os partidos vão-se aproveitando dessa fraqueza. Eles sabem que quem mais se queixa é quem mais deixa andar, porque, na prática, não estão para se incomodar...
Mas é importante não deixar esquecer que, António José Seguro, havia proposto a redução do número de deputados dos atuais 230 para 181, integrada numa profunda reforma do sistema político português, em que estava prevista a possibilidade do eleitor escolher o seu candidato.
Um dia a decência vai tomar conta da política.
Assim os portugueses o queiram, e não tenham medo de lutar por isso.
Fernando Pires
Grécia é um tema infindável.
Grécia e a sua posição no seio da Comunidade Europeia, está dependente da Alemanha.
Esta é uma conclusão de muita gente preocupada com a coesão e a solidariedade na zona do euro.
Jurgen Habermas, filósofo alemão e uma das referências intelectuais da construção europeia,não se coibiu de acusar a chanceler alemã Angela Merkel de "desbaratar" os esforços das gerações anteriores na reabilitação da imagem da Alemanha no pós-guerra,ao adoptar uma posição dura para com a Grécia.
Por cá, José Pacheco Pereira, uma figura incontornável e um homem de pensamento livre, na sua crónica semanal do jornal Público,alerta para a perigosidade de se ficar "farto" de falar da Grécia.
Acrescenta ele que "os estragos desse egoísmo não vão desaparecer e um dia virão bater à nossa porta.
Não fazemos parte dos preguiçosos do Sul?" questiona.
Além de criticar de forma substantiva como os "alemães e os seus acólitos tinham um programa de humilhação em relação à Grécia" e que conseguiram através de uma lógica política, pois o acordo não tem viabilidade económica nem financeira.José Pacheco Pereira (JPP), não deixa de alertar para um aspecto que ele considera relevante: "A Grécia vai ser governada por Bruxelas e Berlim, por gente que vai decidir o os horários das lojas ao domingo, quem pode ter uma farmácia, como funcionam as leitarias e as padarias,e quem pode conduzir ferries para as ilhas.
Mas há mais: são revertidas decisões constitucionais de tribunais gregos e, como em Portugal se fez, mudanças legais para acelerar despejos, expopriações, falências e para retirar aos trabalhadores direitos sindicais e de negociação."
Depois dá um enfoque relevante, na contabilização do número de países que compõem a Comunidade Europeia, ao mesmo tempo que dispara em relação ao nosso Presidente da República e a sua ridícula "reflexão" aritmética onde de dezanove tira-se um e ficam dezoito.
Seria uma conclusão "brilhante" se não atingisse um patamar patético.
Na totalidade são vinte e oito os países que compõem a União Europeia, o que significa que nove países que não têm o euro como moeda, ficaram de fora.
Este é um grave precedente, acentua JPP.
No seio da união(?) o Conselho que reúne os chefes de governo da União, e o Parlamento cujo protagonismo os europeístas gostam muito de exaltar, assistiram sem qualquer papel à crise da Grécia.
Termina com um alerta: "A caixa de Pandora está aberta.
E Pandora era Grega".
Ainda no sábado, uma chamada na primeira página do jornal Público: "Governo esconde dados do IVA ao Parlamento e aos empresários."
O desenvolvimento da tema nas páginas interiores refere a promessa em 2013 do Secretário de Estado, Paulo Núncio.
O assunto tem a ver com taxa de adesão das empresas ao "IVA de caixa"
Um regime que permite às empresas com um volume de negócio até meio milhão de euros adiarem a entrega do IVA até receberem o valor das facturas emitidas.
A falta de prestação de contas ao Parlamento, leva o presidente da associação cívica Transparência e Integridade a considera uma violação da Constituição ao não fornecer esta informação, evocando para o efeito o artigo 162º.
Outro tema com alguma relevância tem a ver o resultado de uma auditoria do Tribunal de Contas à ADSE, onde o governo é acusado de ter decidido aumentar os descontos para a ADSE (de 1,5% em 2013 para 3,5% em 2014) sem ter estudado o assunto, gerando um excedente que superou os 138,9 milhões de euros em 2014 e os 89,4 milhões de euros em 2015.
O problema, segundo alerta o TdC, é o facto da ADSE ter uma propriedade muito limitada sobre os excedentes, não os podendo utilizar livremente.
Bem pelo contrário, conclui o TdC,é o Estado que beneficia da utilização desses excedentes, pois tem reflexo na receita prevista no Orçamento do Estado.
O primeiro ministro admitiu que os lucros ajudam as contas públicas.
Não podendo ser utilizados de forma livre pela ADSE, estamos perante, é minha a conclusão, a utilização para efeitos de equilíbrio orçamental de uma verba que não pertence aos cofres do Estado.
É mais uma engenharia financeira para ter as contas mais "bonitas"
Entretanto Portugal ganhou o campeonato do mundo de futebol de praia e as atenções dos portugueses foram todas para Espinho.
Enfim nem tudo é mau.
Só com uma diferença substancial.
As decisões do Governo influenciam a vida dos portugueses.
O volume de golos marcados e de campeonatos ganhos pela selecção nacional ajudam apenas o nosso ego nacionalista.
O que não sendo muito, é melhor do que nada!
É triste perceber que devido à ignorância, aumentam: a negação de direitos como a alimentação, a saúde, a liberdade, a educação, entre outros.
E continuam: a corrupção, o nepotismo, as grandes fraudes, o povo-gado, os enganadores, os bajuladores, os contratos sem concursos, a escalada da violência, a exploração das pessoas, a impunidade e todo o resto de injustiças sociais.
"O Analfabeto Político"
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."
Bertolt Brech
A economia portuguesa tem de voltar a crescer. Mas deve fazê::lo seguindo um modelo de sustentabilidade. Isso implica adotar uma visão integrada da temática ambiental, do desafio energético e da aposta numa mobilidade eficiente, sempre com um forte cunho de inovação.
Todos estes fatores devem ser trabalhados em conjunto e confluir no sentido de um desenvolvimento sustentável, que promova o progresso civilizacional, o avanço tecnológico e a prosperidade económica sem destruir os recursos naturais.
Temos, desde logo, um enorme potencial de produção de energia limpa, a partir de recursos renováveis, que em grande parte se encontram ainda por explorar: o país é rico em sol, vento e água. Claro que, no aproveitamento destes recursos, não devemos ignorar os respetivos custos económicos, nem as implicações sobre o preço da energia, já demasiado elevado.
Mas, ao contrário do que alguns sustentam, é possível tirar partido do nosso potencial renovável sem prejudicar a competitividade da economia, sobretudo se passarmos a encarar a energia verde como um produto de exportação. Com o benefício adicional, também ele económico, de assim reduzirmos a nossa elevadíssima dependência energética do exterior (que ultrapassa os 70%) e, por esta via, diminuirmos o endividamento externo.
Igualmente decisiva, para a redução de custos económicos, é uma aposta séria e consequente na eficiência energética. A energia mais barata é aquela que se poupa.
Devemos, pois, ser capazes de reduzir o peso do consumo de energia final no PIB, promovendo uma maior eficiência da Administração Pública, das empresas e dos comportamentos individuais dos cidadãos.
A eficiência na utilização dos recursos passa ainda pela forma como nos deslocamos. Em especial nas cidades, é preciso, por um lado, incentivar a partilha de meios de transporte e a utilização de veículos menos poluentes (como os veículos elétricos) e, por outro lado, tornar o transporte público mais atrativo, favorecendo a intermodalidade e a complementariedade com meios suaves de transporte (como a bicicleta). Deste modo, será possível reduzir o congestionamento urbano e alcançar uma mobilidade mais eficiente, proporcionando maior conforto, rapidez e qualidade de vida com um menor consumo energético. Em síntese, uma mobilidade sustentável.
Por todas estas vias, conjugadamente, caminharemos no sentido de uma economia de baixo carbono. Mas nem por isso uma economia menos pujante: liderar a transição energética significa criar mais empregos qualificados, produzir mais know::how tecnológico, gerar mais exportações de valor acrescentado, concretizando em termos efetivos o tão ansiado desígnio do crescimento verde.
12.1 Afirmar Portugal como fornecedor energético da Europa
Para poder explorar plenamente o seu potencial de produção de energia renovável, nomeadamente de origem solar, Portugal deve passar a encarar esta energia como um bem transacionável, numa lógica de exportação. Mas para que tal possa ocorrer em larga escala será necessário um reforço das interligações elétricas com a Europa. Desta forma, poderemos rentabilizar o facto de termos o maior número de horas de exposição solar da UE, afirmando::nos como um fornecedor de energia limpa para todo o espaço económico europeu.
Por outro lado, face à instabilidade geopolítica recente em torno do conflito ucraniano, o terminal de GNL de Sines poderá vir a funcionar como porta de entrada de gás natural para o centro da Europa, constituindo assim uma alternativa relevante ao abastecimento proveniente da Rússia. Para o efeito, será necessário também investir em gasodutos de ligação com Espanha e desta com o centro da Europa.
Neste âmbito, o PS irá:
:: Dar prioridade, nas negociações europeias, à concretização da União Energética, em especial ao desenvolvimento das redes europeias de energia e ao reforço das interligações, designadamente entre a Península Ibérica e o resto da Europa;
:: Garantir que os corredores definidos para as ligações elétricas transeuropeias permitam o escoamento para a Europa de energia solar produzida em território nacional;
:: No âmbito do conjunto de projetos incluídos no programa Connecting European Facility (CEF), promover a interligação da rede de gás natural nos dois sentidos com Espanha (com destaque para o gasoduto Mangualde – Zamora) e desenvolver uma rede ibérica de ligação aos portos recetores de GNL, designadamente Sines, e aos principais centros de consumo;
:: Insistir na implementação de corredores de gás natural para ligação com a Europa além::Pirenéus, de modo a reduzir a dependência dos recursos energéticos provenientes de leste até cerca de 20% das suas atuais importações de gás natural.
12.2 Retomar a aposta nas energias renováveis
A UE estabeleceu recentemente o objetivo de alcançar uma quota de 27% de fontes renováveis no consumo final de energia até 2030. Mas Portugal, atendendo às suas condições naturais, pode e deve estar na vanguarda deste movimento, assumindo metas mais ambiciosas, visando alcançar um mínimo de 40% de renováveis até 2030.
Para atingir esta meta, o PS irá:
:: Concluir o Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) e incentivar o desenvolvimento de mini::hídricas (com pouco impacto ambiental e bastante potencial para, de forma disseminada pelo território, revitalizar o setor da construção);
:: Aproveitar o facto de Portugal ter o território da UE com maior número de horas de exposição solar, desenvolvendo centrais solares cuja quota de renováveis se destine exclusivamente a outros Estados::Membros (designadamente por via do reforço das interligações);
:: Lançar, em parceria entre o Estado e as autarquias locais, um programa de microgeração em estabelecimentos públicos (escolas, centros de saúde, equipamentos desportivos, quartéis, esquadras, mercados, etc.), designadamente a partir da energia solar. O investimento inicial ficará, em grande medida, a cargo de empresas de serviços energéticos (ESE), as quais serão remuneradas ao longo de vários anos, em função das receitas obtidas com a venda da eletricidade produzida. Serão negociadas com a banca linhas de crédito dedicadas, com condições especiais, a que as ESSE poderão recorrer para financiar a instalação dos equipamentos de micro::geração;
:: Fomentar a produção descentralizada de energia renovável, sem necessidade de subsidiação, seja para auto::consumo, seja para venda à rede a preços de mercado. A fim de tornar esta opção mais atrativa, mas ainda sem custos para o sistema, será admitida a possibilidade de, no regime de auto::consumo, a energia em excesso injetada na rede compensar os consumos de eletricidade em horas de vazio;
Promover a agregação (pooling) virtual de produtores::consumidores de energia, relativamente a centrais dedicadas de mini::geração de eletricidade a partir de fontes renováveis, sem qualquer subsidiação tarifária e, portanto, sem onerar o sistema elétrico;
:: Fomentar a instalação de painéis solares para aquecimento de água (solar térmico);
:: Incentivar a utilização de biomassa florestal, não só para diversificar as fontes de energia, mas também como forma de contribuir para a sustentabilidade da floresta portuguesa e a prevenção de incêndios;
:: Avaliar e testar o potencial de produção de energia renovável (designadamente eólica) em áreas offshore.
12.3 Energia mais limpa e mais barata
Ao contrário da ideia recorrentemente propalada, energia limpa (produzida a partir de fontes renováveis) não é necessariamente sinónimo de tarifas mais caras. Basta pensar que grande parte dos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), que encarecem a tarifa da eletricidade, não estão relacionados com a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis. De resto, a política do Governo PSD::CDS, manifestamente hostil às energias renováveis, não conduziu a um abaixamento do preço da eletricidade, nem tão::pouco à redução do défice tarifário. Pelo contrário, não obstante a retórica austeritária e de redução de custos, o défice tarifário aumentou ao longo dos últimos quatro anos, superando já os 5.000 milhões de €. O PS demonstrará que é possível aproveitar o enorme potencial endógeno de produção de energia renovável sem aumentar as tarifas pagas pelos consumidores e, em acréscimo, reduzindo progressivamente o défice tarifário.
Para o efeito, haverá que:
:: Conter os custos decorrentes do défice tarifário, aproximando::os dos custos reais de financiamento nos mercados financeiros (a mais recente securitização foi autorizada a um custo de 4,82%, o qual compara com o atual nível das OTs a 10 anos de 2% – a diferença corresponde a um “juro” anual de 40 M€);
:: Aproveitar o fim do regime de revisibilidade dos CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual), em 2017, para aumentar a quota de renováveis sem correr o risco de tal implicar um aumento das compensações a pagar aos produtores já instalados;
:: Associar o fecho previsto da central termoelétrica de Sines, também agendado para 2017, a uma redução muito significativa do custo de produção de eletricidade. Idêntico procedimento deve ser adotado, em devido tempo, quanto às centrais do Pego e da Turbogas;
:: Limitar a remuneração da energia hidroelétrica em anos de seca, à semelhança do que se fez em Espanha;
:: Renegociar as concessões no setor da energia, no sentido de assegurar uma partilha equitativa, entre o Estado (concedente) e os concessionários particulares, dos ganhos entretanto obtidos;
:: Assegurar uma transição gradual e progressiva do atual modelo de bonificação das tarifas (feed::in) para um sistema de remuneração da energia renovável a preços de mercado, eventualmente acompanhado de um mecanismo de transação de certificados verdes (que representam o valor da componente ambiental da eletricidade renovável).
12.4 Estimular a concorrência e a competitividade energéticas
O setor da energia tem sido cronicamente avesso à concorrência. É certo que, ao longo dos últimos anos, tem havido sucessivas vagas de liberalização deste setor económico, mas estas nunca produziram plenamente os efeitos esperados. O que se demonstra bem pelo facto de o mercado energético continuar dominado por um pequeno número de grandes empresas, em regras os operadores históricos (ou incumbentes). Urge, pois, contrariar este estado de coisas, introduzindo maior concorrência neste mercado, em benefício dos consumidores, das empresas e, em geral, da competitividade da economia portuguesa.
Com este objetivo, o PS irá:
:: Estimular uma maior concorrência na comercialização de eletricidade e gás, designadamente fomentando o aparecimento de novos agentes económicos e de ofertas comerciais diferenciadas, inovadoras e ajustadas a diferentes tipos de consumo;
:: Aumentar, na ótica do consumidor doméstico, a percetibilidade e comparabilidade das tarifas, consumos e faturações de energia;
:: Organizar regularmente leilões obrigatórios de potência elétrica, que permitam o surgimento de comercializadores virtuais, alargando o leque de opções dos consumidores;
:: Fomentar o desenvolvimento das redes elétricas inteligentes (smart grids) e assegurar, de forma progressiva, a instalação de contadores inteligentes (smart meters) que permitam uma gestão mais racional e eficiente dos consumos de energia, uma maior comparabilidade de custos, bem como a possibilidade de definição de tarifários mais flexíveis e customizados por parte dos comercializadores de eletricidade;
:: Concretizar um mercado grossista ibérico de gás natural (MIBGAS);
:: Permitir aos consumidores de gás natural que assim o pretendam, em especial consumidores industriais, dissociar o momento da compra do momento do consumo, bem como alterarem o ponto de entrega dos seus contratos de fornecimento para o ponto virtual de trocas (VTP), podendo assim contratar diretamente ou com outro comercializador o uso da infraestrutura desde esse ponto até ao seu local de consumo;
:: Promover a desverticalização (unbundling) dos mercados energéticos, aprofundando as soluções já adotadas nos setores da eletricidade e do gás e estendendo a mesma lógica ao setor dos combustíveis, designadamente no que diz respeito ao armazenamento e logística.
12.5 Impulso à eficiência energética
Há que tornar a nossa economia muito mais eficiente do ponto de vista energético, com vantagens óbvias para as empresas e os cidadãos. Mas, antes de mais, deve ser o próprio Estado – responsável por elevados desperdícios de energia, com consequências nefastas não só para o ambiente, como em termos de despesa pública – a dar o exemplo, implementando medidas ativas de eficiência energética, com o objetivo de reduzir em 30% os consumos de eletricidade (e combustíveis) das atividades prosseguidas em cada Ministério, designadamente as associadas aos edifícios, frotas e consumos intermédios. Acresce que só a iluminação pública é responsável por 3% do consumo energético total e cerca de 24% do consumo energético do setor público, o que representa um elevado custo, sobretudo para os municípios. Sendo que a iluminação representa também uma parte considerável da fatura energética dos cidadãos, devendo tornar::se muito mais eficiente. De igual modo, há uma grande margem de poupança nos consumos domésticos de energia, em função do tipo de eletromésticos e outros equipamentos eletrónicos que utilizamos em casa. Assim, para alcançar um paradigma energeticamente mais eficiente,
o PS adotará as seguintes iniciativas:
:: Definir objetivos, metodologias e formas de premiar os ganhos de eficiência por parte de instalações intensamente consumidoras de energia (como fábricas, armazéns, grandes superfícies comerciais, hospitais, hotéis, etc.);
:: Elevar os parâmetros de eficiência energética do edificado, por via da aposta na reabilitação urbana, com preocupações ao nível da escolha dos materiais utilizados, das soluções térmicas e de isolamento adotadas e da instalação de equipamentos de poupança e/ou produção eficiente de energia;
:: Estabelecer, na Administração central do Estado, uma priorização e um calendário detalhado de ações de eficiência energética – ao nível dos edifícios, das frotas e das compras públicas – decomposto ao nível de cada Ministério;
:: Instituir metas obrigatórias de substituição de iluminação interior na Administração Pública por soluções mais eficientes (LED, por exemplo);
:: Recuperar, amplificar e, acima de tudo, agilizar o Programa de Eficiência Energética na Administração Pública – ECO.AP. Este programa deve ser simplificado e passar a incorporar outros potenciais de redução e poupança associados a consumos de combustíveis, consumos de eletricidade, consumos de água, consumos de papel e resíduos produzidos.
:: Dedicar um envelope financeiro de 1 milhão de €/ano para o lançamento de um concurso anual de eficiência energética, em que quer as próprios entidades administrativas, quer empresas de serviços energéticos (ESE) serão convidadas a apresentar projetos de eficiência energética na Administração Pública, sendo os projetos vencedores remunerados em função da poupança de energia proporcionada. :: Integrar a gestão de frotas de transporte do Estado, sob o ponto de vista da redução de consumos e da adoção de estratégias de eficiência.
:: Estabelecer uma parceria com os municípios para a reconversão da iluminação pública, designadamente mediante a substituição dos atuais sistemas por soluções mais eficientes (LED, por exemplo). A execução deste programa estará associada ao termo das atuais concessões municipais de distribuição de energia elétrica em baixa tensão e à sua renovação através de um procedimento obrigatoriamente concorrencial, mediante concurso público, em que a adoção de soluções mais eficientes de iluminação pública funcionará como critério de escolha dos novos concessionários;
:: Lançar um vasto programa de substituição de lâmpadas nos setores residencial e de serviços, tomando por base o modelo e ampliando o âmbito de aplicação de alguns projetos apoiados pelo Plano de Promoção da Eficiência no Consumo (PPEC), da responsabilidade da ERSE;
:: Impor um tributo desincentivador da aquisição de eletrodomésticos ou outros equipamentos eletrónicos com classificação energética igual ou inferior a B;
:: Empregar estratégias alternativas de financiamento de medidas ativas de eficiência energética, nomeadamente através da contratualização com ESE, que concebem, financiam e executam projetos de redução de consumos energéticos, sendo remuneradas pelo valor da poupança assim obtida;.
12.6 Promover um transporte público de qualidade
Um dos principais problemas das cidades, com efeitos nefastos em termos ambientais e de qualidade de vida, consiste na utilização intensiva do transporte individual para as deslocações pendulares. De modo a inverter este cenário, é necessário proporcionar aos cidadãos serviços de transporte público de qualidade, cómodos, rápidos, integrados, de acesso fácil e inteligível (em matéria de percursos, horários, custos, etc.) para o utilizador.
Com este objetivo, o PS irá:
:: Promover o funcionamento de serviços de transporte público de qualidade (coletivo e individual, com ou sem condutor), com horários e frequências ajustados às necessidades dos utilizadores;
:: Estimular a criação de estações::hub intermodais que facilitem a ligação de diferentes modos de transporte e serviços de mobilidade, e que sejam em si centralidades que contribuam para o desenvolvimento local;
:: Incentivar a integração modal em termos de bilhética, tarifário, percursos e horários e gestão de custos pelo utilizador, aumentando a comodidade das deslocações com recurso a diversos modos de transporte;
:: Incentivar o desenvolvimento de plataformas digitais que simplifiquem e integrem numa base comum e acessível no telemóvel toda a informação ao utilizador, nomeadamente no que respeita à simulação do percurso, aos horários em tempo real e ao custo efetivo da viagem. De igual forma, procurar::se::á estimular a desmaterialização dos sistemas de bilhética;
:: Promover o desenvolvimento dum sistema universal e integrado de pagamento de mobilidade (Cartão da Mobilidade), através do qual o cidadão possa aceder a todos os serviços de transportes públicos, estacionamento, portagens, aluguer de veículos em sistemas partilhados ou carregamento de veículos elétricos;
:: Reforçar e uniformizar os descontos em transportes públicos para estudantes até aos 25 anos;
:: Contribuir para o desenvolvimento de políticas de responsabilidade social por parte de grandes empregadores e geradores de procura, que incentivem a adoção e promoção de soluções de transporte público sempre que este seja eficiente;
:: Promover períodos experimentais do sistema de transportes públicos para pessoas que habitualmente optam pelo automóvel nas suas deslocações pendulares.
12.7 Implementar novos conceitos de mobilidade
A par do transporte público há que considerar, hoje em dia, outros conceitos e formatos de mobilidade urbana, que permitam reduzir a pressão do tráfego rodoviário.
Neste domínio, o PS irá:
:: Promover os modos de transporte suaves, como a bicicleta e o pedonal;
:: Fomentar a construção de infraestruturas cicláveis, tendo em conta 3 perfis de utilizadores e 3 diferentes funções: a prática desportiva, a prática de turismo e lazer e a mobilidade urbana;
:: Permitir o transporte de bicicletas em transportes públicos (designadamente em comboios e no metro);
:: Incentivar os operadores de serviços de car sharing e bike sharing;
:: Incentivar a implementação de serviços de Bus Rapid Transit, que combinam a capacidade e velocidade do metro ligeiro a um custo muito inferior;
:: Promover serviços de transporte flexível e on demand, sempre que tal seja adequado, nomeadamente em regiões e horários de baixa procura.
12.8 Impulsionar e expandir a mobilidade elétrica
Por puro preconceito político, o Governo PSD/CDS travou a fundo o projeto da mobilidade elétrica, inviabilizando assim a formação de um cluster industrial no nosso país em torno desta tecnologia. Importa, agora, retomar o desígnio da mobilidade elétrica, vital para substituir progressivamente a dependência dos combustíveis fósseis no transporte rodoviário, com as inerentes emissões de GEE, por um maior consumo de eletricidade renovável.
Para este efeito, o PS irá:
:: Direcionar os incentivos à aquisição de veículos elétricos para os segmentos com maior impacto energético e ambiental, como os autocarros de serviço público de transporte, táxis, transporte escolar, transporte de mercadorias e logística urbana;
:: Criar incentivos ao surgimento de operadores de car sharing e bike sharing elétricos;
:: Comprometer o Estado e as autarquias locais com a aquisição de (25%) de veículos elétricos aquando da renovação da sua frota destinada à circulação citadina;
:: Criar incentivos que levem os operadores logísticos a adotar veículos elétricos sem emissões, em particular na operação em meios urbanos e em transporte lastmile;
:: Reabilitar e redimensionar a rede de carregamento pública Mobi.E;
:: Promover o carregamento nas garagens das habitações e empresas, onde os utilizadores de veículos elétricos estacionam a maioria do tempo;
:: Definir uma tarifa de venda da energia armazenada de forma descentralizada nas baterias dos veículos elétricos de volta à rede elétrica. Deste modo, os veículos elétricos podem funcionar como um estabilizador da rede elétrica, armazenando energia nos períodos de vazio (em que há energia disponível a custo inferior) e devolvendo à rede elétrica nos momentos de pico (em que o sistema elétrico necessita de mais energia para disponibilizar a um custo superior).
12.9 Desenvolver o cluster tecnológico da energia
O próximo Governo deve assegurar a manutenção do cluster eólico criado no nosso país e fomentar o surgimento de um cluster equivalente em redor da energia fotovoltaica. A par disso, a mobilidade elétrica constitui uma oportunidade única de desenvolvimento dum novo cluster tecnológico e industrial – abarcando pontos de carregamento, gestão de redes inteligentes de carga, bem como baterias e outros componentes para a indústria de veículos elétricos – que não podemos desperdiçar. Assim,
o PS desenhará, no âmbito do Portugal 2020, programas e linhas de apoio que permitam estimular:
:: A investigação científica aplicada quanto a tecnologias limpas e novos métodos de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis;
:: A indústria de componentes para os veículos elétricos, motores elétricos e baterias, bem como da infraestrutura de carregamento;
:: O upgrade da indústria de produção e montagem de veículos de duas rodas – motos, scooters e bicicletas – para o segmento elétrico;
:: A formação de técnicos para as indústrias de fabrico e reparação de veículos elétricos e seus componentes;
:: A criação de laboratórios vivos de demonstração de novas soluções na mobilidade elétrica: ao nível dos veículos, com destaque para novas aplicações da mobilidade elétrica, como os transportes públicos, o transporte de mercadorias ou a logística urbana; e do carregamento inteligente, integrado com as smart grids e geração de energia renovável descentralizada, com destaque para o V2G (vehicle to grid) e V2H (vehicle to home).
O general Garcia dos Santos acusou hoje o Presidente da República de ser o "primeiro responsável" pela actual situação do país por "não marcar um rumo" ou "provocar um entendimento entre os partidos".
"Eu acho que o senhor Presidente da República é o primeiro responsável pela situação em que o país está. Porque não toma atitudes, não toma posições, não defende, não marca um rumo para o país, não provoca um entendimento entre os partidos políticos", afirmou.
O general falava à Agência Lusa, a propósito da sua exoneração do cargo de vogal do Conselho das Ordens Nacionais, noticiada hoje pelo jornal digital "Observador".
Garcia dos Santos afirmou que não é a única personalidade a criticar publicamente Cavaco Silva, dizendo que o Presidente da República "é criticado por toda a gente de responsabilidade" por "não provocar um entendimento entre os partidos".
"Eu discordo e não gosto da pessoa do senhor Presidente da República e portanto pedi a exoneração, exonerei-me, da chancelaria das Ordens. É tão simples quanto isto", acrescentou.
Segundo Garcia dos Santos, os apelos públicos de Cavaco Silva para que os partidos políticos procurem consensos são apenas palavras sem consequência.
"Falar é fácil. O que é preciso é atuar e é isso que ele não faz. Agora, demonstrem-me que estou errado", disse. O general pediu a exoneração do cargo no Conselho das Ordens Nacionais que funciona junto da Presidência da República, pedido que foi aceite.
Contactada pela Lusa, a Presidência da República não quis fazer qualquer comentário.
No passado dia 3, a Presidência da República anunciou que Cavaco Silva, chefe do Estado e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, nomeou como novos vogais do Conselho das Ordens Nacionais o antigo secretário-geral da UGT João Proença, o historiador Rui Lopes Ramos e o antigo presidente da câmara de Grândola Carlos Beato.
Garcia dos Santos foi um dos seis oficiais das Forças Armadas que comandaram o golpe militar de 25 de Abril de 1974. No governo do PS de António Guterres, Garcia dos Santos presidiu à Junta Autónoma das Estradas, da qual saiu após denunciar casos de corrupção. Foi chefe do Estado-Maior do Exército entre 1982 e 1983.
Fez, ontem, um ano que um grande Homem- António José Seguro- foi vítima daquilo que em política se chama uma grande sacanice.
Este grande Senhor defendeu e defende, como poucos, aquilo em que acredita: causas, valores, solidariedade, justiça social, verdade.
Um homem sério e de convicções.
Um homem forte, que prefere a verdade contra a mentira ou a hipocrisia.
Um homem de grande dignidade, lutador na defesa da qualificação da política e na modernização dos partidos que respeita as diferenças e o contraditório.
Um homem que demonstrou não ter medo de escolher os caminhos da verdade, do rigor, da ética, mesmo sabendo serem longos e difíceis, porque percebeu que escolher os atalhos da política perde-se coerência, consistência, credibilidade e sobretudo dignidade.
Um homem que sempre considerou que só vale a pena fazer-se política se soubermos deixar um mundo melhor e mais justo.
Um camarada, um companheiro, um amigo, um Senhor, um Grande Homem de quem, à medida que o tempo passa, mais me orgulho sinceramente.
Foi há um ano que atacaram este amigo. Não sei como foi, se abertamente se pelas costas. Só sei que foram desleais no ataque que na política, que os cidadãos desprezam e se afastam, se encontram sempre as justificações hipócritas, perversas, e, tudo o resto o que mais faz afastar o povo destes métodos.
Um amigo com quem muito aprendi. Aprendi a ser mais organizado, a saber agir, a fazer cidadania, que me ensinou a ter cuidado, a falar menos e agir mais. A acreditar em causas, a lutar por valores, a fazer política com princípios. A ter cuidado com os falsos amigos da politiquice.
Um amigo que sabe levantar-se cheio de dignidade quando o empurram ou deitam ao chão.
Um Senhor amigo que sabe o que é ser ridículo, mesquinho, pequeno. Que sabe fazer de conta que não percebe a hipocrisia e reage sempre com generosidade...
Este amigo que dizia ser necessário saber dar tempo ao tempo...
Que grande amigo encontrei na vida política.....afinal a política tem gente boa, séria, generosa e, tem os outros, que continuam .... a tratar da sua vidinha...
Aprendi muito...e ainda tenho mais a aprender. Só não consegui aprender com o Tozé a gerir o silêncio. Não, não sei ficar calado. Mas sei, Tozé, que tu sabes que eu sei que compreendes!!!
Hoje quando vejo alguns, muitos, que o não "largavam" que o enchiam de mimos, piropos, apoios, simpatias, beijinhos, abraços e, não sei mais quê, a fazerem exatamente o mesmo ao "outro", percebo melhor a mensagem deste homem bom que tive o privilégio de conhecer e que apenas Álvaro Beleza citou o seu nome no último congresso que.... juraram que tudo foi feito em nome da necessidade de se DESCOLAR a grande velocidade.
Passou um ano e ainda não se DESCOLOU com uma direita mais organizada.
Para já apenas descolaram os valores, a ética, os princípios, a verdade e.... o resto que cada um está a pensar.
Uns dizem: A política é assim; outros rei morto rei posto; outros ainda, ahahah, não digo.
A minha avó dizia-me: "filho cuidado com a política, são todos iguais".
NÃO AVÓ! NÃO SOMOS TODOS IGUAIS!!!!!
Narciso Miranda / 29-05-2015
DIGAM O QUE DISSEREM,
MAS MILITANTE CASTRADO É QUE NÃO:
A TRAIÇÃO NÃO ACONTECEU,
ANDA SEMPRE ALGURES POR AÍ.
Então e o conjunto dos militantes e simpatizantes, chamados por Costa e por Seguro a intervir e a tomar a decisão num processo eleitoral livre e democrático, foram e são o quê?
"Golpistas"?
Será que deixaram de ter o direito e o dever de intervir e de escolher livre e democraticamente, tal como escolheram livre e democraticamente os militantes de Matosinhos? (A meu ver muito mal e provavelmente visando outros interesses pessoais e eleitorais internos não correspondentes com os interesses do povo de Matosinhos, como se veio a constatar nas eleições).
Não foram eles/nós (os militantes) que pressionaram as mudanças e que escolheram/escolhemos o líder e o rumo?
Se hoje ou amanhã os militantes entenderem que o líder deve mudar ou virar de rumo, pois os Estatutos devem sempre prever essa possibilidade de intervenção e de mudança, previsão estatutária e democrática esta que muitos, depois de atingido o poder, se esforçam por retirar dos Estatutos, dos militantes e da própria democracia.
Nunca nos esqueçamos de que quem sustenta um líder ou os governantes de um país, são as bases, ou seja, todos nós. Por isso, a escolha foi das bases e a estas compete assumir as devidas (i)responsabilidades.
O Costa e o Seguro não foram a eleições sozinhos, sendo que muitos há que, num dia estavam a apelidar os outros de interesseiros defensores da promiscuidade entre a política e os negócios e, no dia seguinte, foram os primeiros a apressar-se a lamber as botas dos interesses, dos negócios ou dos prejuízos que tanto enunciaram e com que tanto atacaram os militantes e simpatizantes em geral. prejudicando inclusive o partido enquanto organização.
Pelo menos o Seguro foi um homem reto, sendo que, não se identificando com a liderança, afastou-se e muito bem, sendo que sempre disse que não se identificava com aqueles que acompanhavam a via da promiscuidade entre a política e os negócios. Outros há que hoje criticam os camaradas e que no dia seguinte estão lá à procura de algo.
A maioria de nós (militantes e simpatizantes) agimos por convicção e porque pretendíamos e pretendemos uma liderança mais forte para derrubar este (des)governo. Foi isso que movimentou a maioria dos militantes e simpatizantes que não viam essa força na liderança de Seguro.
Eu assumo a minha quota parte de (i)responsabilidade face à exigência de eleições internas, mas ainda não me arrependi da mudança, até porque, seja qual for o líder, nunca serei um acomodado ou conformado lambe botas.
O objetivo dos partidos e dos políticos é servir ao ao país e a todos os portugueses e não a si próprios, sendo essa a minha convicção e a forma como gosto de estar e de ver estar na liderança político-partidária e governativa. Eu ganhei sempre o mesmo com um como com o outro, mas no global gostava que todos os socialistas e todos os portugueses saíssem sempre a ganhar.
Sou militante socialista pelos valores e princípios que o PS deveria defender.
Fiz-me militante para ter o direito e dever de estar atento e desassossegar sempre que seja necessário.
Por isso, VIVA O PS DOS SOCIALISTAS, SEJAM COSTISTAS OU SEGURISTAS.
O PS E OS SOCIALISTAS DEVEM ESTAR SEMPRE AO SERVIÇO DE PORTUGAL
E DOS PORTUGUESES EM GERAL.
FAÇA-SE O QUE AS PESSOAS PRECISAM E NÃO O QUE ALGUNS QUEREM
QUE SE FAÇA OU QUE LHES FAÇAMOS.
Zé De Baião / 27-05-2015
MAS EU, NÃO FIZ, NEM FAREI NUNCA,
POR ISSO, EXERCITO-A RECORDANDO...
Foi em 27 de maio de 2014, que o País e a grande maioria dos militantes do PS, foram surpreendidos com a lastimável atitude do António Costa, ao por em causa a legitimidade da liderança de António José Seguro.
Costa, com aquele ato, foi desleal não só para com Seguro mas também para com o próprio partido. E foi desleal porque, daquele modo grosseiro, rasgou o acordo a que ambos haviam chegado em fevereiro de 2013, e que ficou conhecido como "Documento de Coimbra".
Com este procedimento, Costa, abriu um precedente gravíssimo no PS:
A partir daí, a destempo, qualquer militante, por mera ambição pessoal, assumindo-se como o melhor, ou mais bem preparado politicamente que o lider legítimo, pode reclamar para si esse lugar, mesmo que venha a provocar uma crise no partido com consequências imprevisíveis.
Ora, quem não se dispõe, no tempo certo, em disputar com outros a liderança do PS, quando o partido sai de uma pesada derrota eleitoral, facto que exigirá do novo líder um trabalho hercúleo de recuperação da credibilidade perdida, e não querendo submeter-se ao sufrágio dos militantes, é porque reconhece a magnitude das dificuldades que teria de enfrentar. E, assim, deixa implícita, queira ou não, a sua incapacidade política para as ultrapassar.
Resumindo: acobarda-se, e aguarda por melhores dias...
Recordo, que tudo se desencadeou imediatamente após a cerimónia de inauguração de um monumento erguido em memória da drª Maria José Nogueira Pinto, numa das ruas de Lisboa.
Em minha opinião, a atitude e o momento escolhido por Costa, foram dupla e eticamente reprováveis. Pelo seguinte:
1º. Por ele ter tornado pública uma ação contra António José Seguro, sem que tivesse tido a hombridade de previamente, e pessoalmente, ter dado conhecimento ao visado. Esta atitude, pela sua forma, configurou um claro golpe de partido, porque um golpe, de estado ou de partido, nunca é, obviamente, anunciado antes de ser posto em marcha pelos golpistas, apesar de o planearem com a devida antecedência.
Um golpe destes não é coisa que se faça de um dia para o outro; nem mesmo um golpe de teatro...
2º. Pelo momento escolhido. Isto é, no final de uma cerimónia de homenagem a uma cidadã digna do maior respeito e, portanto, merecedora que a solenidade daquele ato lhe fosse integralmente reservado.
Ora, Costa, ao anunciar o golpe de partido no final, e no mesmo local, daquela cerimónia, chamou a si todas as atenções mediáticas, prejudicando manifestamente a nobreza daquela homenagem.
Tal procedimento, no meu entender, configurou, por esse motivo, um ato de pura hipocrisia política.
Dois dias antes do golpe, em 25 de maio de 2014, António José Seguro havia levado o PS a mais uma vitória eleitoral. Desta feita nas europeias.
Esta vitória, que Costa logo desvalorizou, denominando-a "de Pirro", ou de "poucochinha", foi o argumento mais estrambótico que ele podia ter descoberto para dar corpo ao seu golpe.
E, assim, para gáudio da direita derrotada nas urnas, coube a Costa a honra de transformar aquela derrota em uma vitória e, no seu particular interesse, considerar a vitória do PS como uma vitorinha. Coisa nunca vista no PS!
Já no decurso da campanha eleitoral, era bem patente o desejo de alguns de que o PS saísse derrotado daquele ato eleitoral. E percebe-se porquê. Porque, se assim acontecesse, não seria necessário desencadear um golpe de partido e, com toda a naturalidade, e oportunidade, seria exigida a demissão do líder do partido, e dar-se-ia início ao processo eleitoral.
A verdade é que durante o mandato de António José Seguro, digo mesmo, antes ainda de iniciar as funções de secretário geral, era notório o desconforto com que uns quantos encaravam o seu futuro político. E, tanto mais desconfortável, por saberem de antemão que o PS sob a liderança de Seguro, a renovação de quadros, a democracia interna, a ética, a transparência e a decência, seria, como foi, o timbre da sua ação política.
Nos dias seguintes ao 27 de maio de 2014, pude apreciar muita "ratice" a abandonar o barco, e outros a ficarem estrategicamente calados como ratos (não fosse o diabo tecê-las), mas, com um sorriso hipócrita, batendo com a mão nas costas, ora do Seguro, ora do Costa.
Simultaneamente, esses mesmos, mantinham os olhos bem arregalados nos pratos da balança, de modo a puderem escolher com a segurança possível, o prato que para si seria o mais proveitoso.
Aqui, em Matosinhos, também se viu disso...
António José Seguro, sempre defendeu uma participação ativa dos militantes do PS na vida do partido. Por isso, propôs, e viu aprovadas em Comissão Nacional, alterações aos Estatutos do partido nesse sentido.
E, foi assim que os militantes do PS de Matosinhos, eu incluído, escolheram, livre e democraticamente, António Parada como seu candidato à presidência da Câmara de Matosinhos. Como é sabido, o perfil do candidato escolhido foi amplamente contestado, dentro e fora do partido. Não obstante, António José Seguro defendeu, sem tibieza, a decisão da maioria dos militantes do PS/Matosinhos, e deu repetidas vezes a cara em favor do candidato.
Durante meses, desde a pré campanha ao fim da campanha eleitoral das autárquicas, ouvi António Parada dirigir os mais rasgados elogios à liderança de António José Seguro, sem que alguém lhe encomendasse tais sermões.
Afinal, constatei posteriormente, e com alguma tristeza, que tais elogios não passaram afinal de um conjunto de palavras de circunstância, e vazios de sentimento.
Chegada a hora da verdade, Parada, voltou as costas a Seguro e foi abraçar quem lhe havia recusado apoio quando dele precisou.
E, assim, recebi mais uma boa lição de vida...
Hoje, um ano após o golpe, o PS está dividido.
Não vale a pena escamotear a realidade.
* O secretário geral não é o tal expoente máximo da política, e é simplesmente tolerado por grande parte dos militantes do partido.
* O nome José Sócrates deixou de constar do léxico de Costa e do PS.
* O PS ainda procura pista para aterrar, mas, certamente, vai aterrar na mesma.
Sempre me assumi, ideologicamente e eticamente, socialista e republicano.
Jamais renegarei os ideais que sempre defendi e defendo, antes e depois do 25 de abril.
Defenderei, como sempre o fiz, os mais elementares princípios da democracia.
Mas, ninguém tenha a veleidade de me pedir que atraiçoe a minha consciência, e em nome da democracia, e hipocritamente, disfarce que eliminei da minha memória aquilo que considero ter sido a maior sacanice política a que alguma vez assisti, calando-me!
Àqueles que entendem, que ser um "tipo porreiro" é ser hipócrita, informo-os, com muita honra, que eu não sou esse "tipo" e, também, que abomino os "tipos" que o são!
Como muito bem disse o Padre António Vieira:
"Muitos cuidam da reputação, mas não da consciência."
Amén!
Fernando Pires / 27-05-2015
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